Palavras me faltam

by - janeiro 23, 2017

Foto: Reprodução Pexels

Sabe Pai, já tentei de todas as formas expressar o que sinto por Ti, mas ainda não encontrei nenhuma palavra que descrevesse tão bem tudo o que está aqui dentro. É como se todas as sílabas se tornassem desnecessárias para a compreensão de todo o Seu amor. Eu fico maravilhada em pensar que com Suas mãos desenhaste cada nuvem branquinha, coloriste com um azul cor de infinito cada pedacinho do céu, fizeste com muita delicadeza e apreço cada flor espalhada pelos campos. Todo o universo teve o Seu toque singular, tudo a nossa volta possui o Seu amor da forma mais pura e simples.

Tão sutilmente me agraciou; ou melhor, nos deu o sopro de vida. Nos comprou a preço de sangue; por amor, por amar. E de mim, nunca exigiu a perfeição, mas na minha imperfeição me pediu simplicidade. Pois És meu, És lindo, Maravilhoso, Rei dos reis; És meu tudo. Incontáveis são os adjetivos, mas são falhos, pois não preenchem Tua grandeza, Tua majestade; És infinito. E em Tua infinidade de amor encontro paz, mesmo que muitas vezes tenha apenas lágrimas em minhas orações; e embora meus vocabulários não descrevam a Ti, eu sei, És Deus. És aquele que escuta meu clamor, És quem inspira meus versos e autor da minha vida. Muitos dizem que estás em silêncio, mas naquela noite, em alto e bom som, clamei que não sairia enquanto não falasse comigo.

Os meus olhos cansados puderam ver toda perfeição que existe em Tua face quando fiz aquela oração, ali eu pude me desprender de tudo que me aprisionava aqui em baixo e me tornar livre para ter um encontro real Contigo. Naquele momento pensei em oferecer-Te as mais doces palavras, mas em meu coração tudo o que habitava era a dor da existência. Eu via Seu amor em todas as coisas a minha volta, mas em mim, eu não conseguia enxergar nenhum resquício dele. Tudo o que eu carregava nas costas me deixaram cega para todas as coisas que o Senhor tinha reservado para mim. Eu sabia que Seu amor existia, disso eu tinha plena convicção, mas eu estava cansada demais para perceber que ele também se encontrava dentro de mim.

E meu barco estava a ponto de naufragar. Eu, mais uma vez, me amedrontei com as ondas de dúvidas e com as tempestades dos meus medos. Perdoa-me Pai. Pois, por um breve segundo, me esqueci que estavas no meu barquinho. E então, tudo se dissipou; mostraste a mim ainda, as constelações de Teu lindo céu e as profundezas de Teu imenso amor. Foi aí, que entendi que não pedes nada mais que meu coração. Meus versos podem não descrever-Te, mas em meus pensamentos vivo a imaginar-Te. És o verbo; e desde agora para sempre escreverei: És Deus. Isso me basta, pois me faltam palavras.


Autores: Juliana Castro Matheus Sejaine

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